Carlos Scliar

Carlos Scliar (Santa Maria, RS, 1920 – Rio de Janeiro, RJ, 2001) é considerado um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX. Desde muito jovem demonstrou talento artístico: em 1931 já colaborava em cadernos juvenis e infantis de jornais como Diário de Notícias e Correio do Povo, além da Revista do Globo de Porto Alegre e de O Jornal do Rio de Janeiro, escrevendo e ilustrando poemas, contos e novelas.

Em 1935, participou como pintor amador da Exposição do Centenário Farroupilha, em Porto Alegre. Poucos anos depois, em 1938, foi um dos fundadores e primeiro secretário da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa, importante núcleo da arte moderna gaúcha.

No início da década de 1940 mudou-se para São Paulo, onde colaborou na revista Cultura. Em 1940, realizou sua primeira exposição individual e integrou o movimento da Família Artística Paulista (FAP), recebendo a medalha de prata em pintura no Salão Nacional de Belas Artes, Divisão de Arte Moderna.

Em 1943, foi convocado pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) e, no ano seguinte, seguiu para a Itália. Durante a guerra, aproveitava as horas de descanso para desenhar paisagens, interiores e retratos — experiência que transformou profundamente sua linguagem plástica.

Após a guerra, em 1947, Scliar viajou para Paris, onde participou ativamente dos movimentos de Defesa da Paz entre os Povos. No final de 1950 retornou ao Brasil, fixando-se em Porto Alegre. Foi um dos criadores do Clube de Gravura, iniciativa que se expandiu nacional e internacionalmente.

Na década seguinte, estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Em 1956, foi convidado por Vinicius de Moraes como consultor plástico da peça Orfeu da Conceição. Em 1958, assumiu a direção de arte da revista Senhor, considerada um marco na história editorial brasileira.

A partir de 1960, passou a dedicar-se integralmente à pintura, ao desenho e à gravura, produzindo intensamente em seus ateliês de Cabo Frio e Ouro Preto. Realizou inúmeras mostras individuais e participou de centenas de exposições coletivas no Brasil e no exterior.

Hoje, as obras de Carlos Scliar fazem parte de museus, instituições culturais e coleções particulares no Brasil e no mundo, consolidando-o como um dos artistas mais influentes e respeitados da arte moderna brasileira.