Clayton Silva (Jundiaí, SP, 1973) é um artista visual cuja obra combina memória afetiva, imaginação e uma paleta vibrante. Iniciou sua formação aos 11 anos na Casa da Cultura de Jundiaí, orientado pelo professor Íssis Martins Roda, período que marcou profundamente sua relação com a pintura e com o universo lúdico que mais tarde definiria sua linguagem.
Aos 18 anos, afastou-se temporariamente das telas para dedicar-se às charges, atuando no Jornal de Jundiaí e colaborando com veículos da região, experiência que refinou sua observação do cotidiano e o aproximou das narrativas simples que hoje permeiam sua obra.
Seu retorno às artes plásticas ocorreu em 2004, incentivado pelo amigo e artista Inos Corradin. Desde então, Clayton consolidou um estilo próprio dentro do Figurativo Contemporâneo, trabalhando principalmente com óleo sobre tela texturizada e criando cenas afetivas — crianças soltando pipa, brincando de pião ou montando cavalinhos de madeira — reinterpretadas com sensibilidade e frescor.
Em sua fase mais recente, o artista mescla elementos do figurativo e do surrealismo para construir aquilo que denomina “figurativo fantástico”. Ele explora de forma mais intensa a luz e a sombra para acentuar o volume das formas e dedica atenção especial aos olhos de seus personagens, entendidos como “janelas da alma”, buscando transmitir leveza e inocência. Além disso, introduz sorrisos sutis que, combinados ao brilho dos olhos, produzem uma atmosfera de ternura característica dessa nova etapa.
Clayton Silva cria um universo visual que mistura fantasia, ingenuidade e atmosfera atemporal, um “Futurismo Medieval” em que elementos do imaginário infantil se entrelaçam a narrativas poéticas. Com uma abordagem que une técnica e emoção, convida o espectador a revisitar a própria infância, celebrando o encanto dos gestos simples e reafirmando o poder da imaginação como ponte entre passado e presente.
