Miguel Bakun

Sem Título, por Miguel Bakun

Preço normal R$ 10.000,00

Autor: Miguel Bakun
Título: Não Consta
Sem moldura: 36 x 27cm
Data: Década de 50

Técnica: Óleo sobre tela

Miguel Bakun (1909–1963)
foi um pintor brasileiro, reconhecido como um dos pioneiros da arte moderna no Paraná. Sua obra, marcada por influências pós-impressionistas e expressionistas, destaca-se especialmente pelas paisagens que retratam a região de Curitiba e seus arredores.

Nascido em 28 de outubro de 1909, em Mallet, Paraná, Bakun era filho de imigrantes ucranianos. Aos 17 anos, ingressou na Escola de Aprendizes da Marinha em Paranaguá e, posteriormente, foi transferido para a Escola de Grumetes no Rio de Janeiro. Durante esse período, conheceu o marinheiro e futuro artista José Pancetti, que o incentivou a explorar o desenho. Após um acidente que o afastou da carreira naval, Bakun retornou a Curitiba, onde trabalhou como fotógrafo ambulante e pintor de letreiros, iniciando sua jornada autodidata na pintura.

Em Curitiba, Bakun estabeleceu conexões com artistas locais, como Guido Viaro e João Baptista Groff, que influenciaram seu desenvolvimento artístico. Buscando um ambiente cultural mais vibrante, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939, onde reencontrou Pancetti. No entanto, dificuldades financeiras o levaram de volta a Curitiba em 1940. Lá, integrou um ateliê coletivo e conviveu com artistas como Alcy Xavier, Loio-Pérsio, Marcel Leite e Nilo Previdi, aprofundando sua compreensão dos valores plásticos da pintura.

A década de 1950 foi especialmente produtiva para Bakun. Suas obras, predominantemente paisagens, retratavam as matas, araucárias e o casario simples de Curitiba e regiões próximas. Em 1950, foi convidado a pintar murais no Salão dos Papagaios, na mansão do governador Moisés Lupion, atualmente conhecida como Castelo do Batel.

A pintura de Bakun é caracterizada por uma paleta restrita, com predominância de tons de azul, verde, branco e, especialmente, amarelo. Suas obras apresentam uma espacialização rítmica, com variações entre áreas densas e outras mais ralas de tinta. Os temas recorrentes incluem paisagens naturais, retratos e naturezas-mortas. No final de sua carreira, influenciado por uma visão animista da natureza, incorporou temáticas religiosas em suas pinturas.

Apesar de seu talento, Bakun enfrentou dificuldades financeiras e lutou contra a depressão, especialmente com a ascensão do abstracionismo, que o fez sentir-se marginalizado. O crítico Sérgio Milliet, em 1948, comparou seu espírito ao de Van Gogh, destacando o entusiasmo e a intensa participação do pintor em suas obras, apesar de apontar certas deficiências técnicas.

Miguel Bakun faleceu em 14 de fevereiro de 1963, em Curitiba. Após sua morte, sua obra ganhou maior reconhecimento, com retrospectivas e exposições que celebram sua contribuição à arte brasileira. Em 1984, o cineasta Sylvio Back dirigiu o documentário "O Auto-Retrato de Bakun", aprofundando a compreensão sobre sua vida e trabalho.

Hoje, Bakun é lembrado como uma figura central na arte paranaense, cuja obra reflete uma profunda conexão com a natureza e a cultura de sua região natal.


Produtos relacionados