





Autor: LUIZ DE SOUZA
Título: Sinfonia do Trenzinho Capira
Sem moldura: 74 x 38cm
Com moldura: 90 x 54cm
Data: 2025
Técnica: Óleo sobre tela
“Eu estava me questionando sobre como surgem as minhas pinturas, como surgem os temas, o que dá o start inicial para uma obra começar. E eu estava fazendo essa obra, O Trenzinho Caipira, a Sinfonia do Trenzinho Caipira. Eu estava lembrando da minha infância, uma época em que só restavam os trilhos de trem em Lauro Müller. Não existia mais a Maria Fumaça, não existia mais o trenzinho, mas ficaram as histórias. As histórias que minha mãe me contava sobre meu avô, que era feitor da Estrada de Ferro.
E aqui em Curitiba, mesmo passando pela estação ferroviária, a gente se depara com o trem. Tanto o trem me traz as lembranças da infância quanto a infância me traz as lembranças desse trem. Mas esse quadro, o real dele, tem o simbolismo do momento em que a gente se separa dos pais, em que a gente diz que vai sair de casa. No caso, quando eu saí de casa, já não existia mais o trem, mas o simbolismo é o mesmo: você está na estação, com as malas prontas, e deixa para trás as pessoas que nos amam, deixando romper esse laço, esse cordão umbilical.
É isso que essa obra simboliza. Então, para mim, não existe obra, não existe pintura, se não existir essa conexão de sentimentos, que pode vir através de uma foto antiga, de uma lembrança ou de uma música, como as Bachianas, de Heitor Villa-Lobos. Sempre que lembro da minha mãe, lembro muito das músicas clássicas. Ela escutava uma rádio chamada Marconi, e sempre tocavam músicas clássicas. Eu lembro que ela se emocionava muito com isso também.
Então, é um quadro que é feito através de sensações, da sensação que essa obra tem. A música me passava essa sensação. Quando vou à estação aqui em Curitiba, quando vejo a Maria Fumaça que tem ali, o trem antigo, me transporto para o passado. Então, essa obra simboliza isso: simboliza o momento de tomar as rédeas da vida, de sair de casa, de deixar a estação para trás.”
- Luiz de Souza